Aproximou, pagou: sistema sem contato é dez vezes mais rápido que o pagamento em dinheiro

Cartões bancários, celulares, relógios e Pix estão ganhando espaço na hora do passageiro escolher como pagar a passagem no transporte público.

Os consumidores vêm mudando suas preferências, seus hábitos de consumo e a forma como interagem com o mundo ao seu redor. A transformação nos meios de pagamento, ao longo dos anos, mostra que o caminho está cada vez mais digital. Na busca por mais agilidade e praticidade no dia a dia, as operadoras do transporte público têm investido em soluções cada vez mais tecnológicas para facilitar o acesso dos passageiros ao serviço.


A grande mudança começou na segunda metade dos anos 1990, quando o Brasil começou a trocar o tíquete de papel ou o dinheiro vivo por bilhetes eletrônicos na hora de girar a catraca. Goiânia (GO), Salvador (BA) e Campinas (SP) foram as primeiras cidades de grande porte a implantar o novo sistema de bilhetagem, juntamente com a região metropolitana de Natal (RN). O sistema era baseado em cartões plásticos com chip, que armazenavam os créditos das viagens adquiridas pelo passageiro ou depositadas pelos empregadores, no caso dos trabalhadores que utilizavam o Vale Transporte.

Devido à baixa cobertura de internet no país, a modernização dos pagamentos andou a passos lentos.

“Os ônibus chegavam à garagem, faziam o descarregamento daqueles créditos dos validadores, para então subir as informações a um sistema on-line. Então, era um on-line que acabava sendo off-line, e que não trazia a previsibilidade e os benefícios do tempo real”

Diogo Andrade – Especialista em Tecnologia da Informação e Diretor de Produto da X4Fare

A chegada dos sistemas 3G e 4G da telefonia celular trouxe mais estabilidade para as conexões e permitiu o avanço das tecnologias para o setor; mesmo assim, sistemas de bilhetagem eletrônica mais evoluídos só começaram a ser adotados na última década.

Hoje, a bilhetagem digital traz para o transporte público os meios de pagamento já usados amplamente no comércio, é aceita em vários modais e opera com múltiplos métodos de pagamento, como QR code, cartões EMV e NFC, e até Pix. E o que é melhor – dependendo do formato, basta aproximar o cartão para girar a catraca.

DO BOLSO PARA NUVEM

Para que isso fosse possível, as empresas tiveram que reestruturar as plataformas de bilhetagem eletrônica existentes, que funcionavam segundo a lógica do crédito dentro do cartão, para um sistema Account Based Ticketing (ABT) ou “Bilhetagem Baseada em Contas”. O sistema de bilhetagem ABT corresponde a transações sem bilhetes usando um token de pagamento. Na prática, cada usuário tem sua própria conta alocada em nuvem, que pode ser acessada por meio de diversos canais, como celula- res, cartões e QR codes, por exemplo.

A tecnologia Near Field Communication (NFC), ou “Comunicação de Campo Próximo”, em tradução livre, permite a troca de informações entre dois equipamentos sem fio ou contato apenas com a aproximação dos dispositivos em curta distância. Os usuários do transporte público podem utilizar os cartões de crédito e débito por aproximação e carteira digital para efetuar o pagamento da passagem, que pode ser feito com smartphone ou smartwatch. Vale lembrar que os validadores do transporte público precisam ser adaptados para receber as novas tecnologias de pagamento.

As carteiras digitais, por sua vez, funcionam com um sistema de pagamentos on-line, feito por QR code ou por aproximação, que armazena dados de conta, cartões bancários e saldo do usuário para autorizar o pagamento de contas e serviços, além de compras. Esse sistema utiliza a tecnologia NFC para substituir os cartões nas maquininhas com comunicação sem fio e autenticação via biometria, PIN ou senha.

Fonte: NTUrbano

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